Postado em 01-09-2020 as 00:00 hs
Às vezes me pego observando meu pai conversando com seus amigos, assim como outras pessoas mais velhas também e fico impressionado com o nível de conexão da conversa deles. É algo muito profundo, coisa que as conversas das gerações mais novas quase sempre divididas com um celular na mão, não possuem.
O diálogo
do meu pai com seus amigos tem tanta emoção que é gostoso de ver toda aquela espontaneidade,
parece que será a última conversa da vida deles e o desejo é de continuidade
sempre. A conversa só acaba porque cada um precisa trabalhar e fazer suas atividades
particulares, caso contrário o diálogo seria muito mais extenso.
Já as conversas
das gerações mais novas são rápidas, sem interesse, sempre ouvindo e pensando
em outras coisas ao mesmo tempo, sem dar a devida atenção ao comunicador. Parece
que a mente de cada um determinou que as conversas somente terão o conteúdo necessário,
sem perca de tempo com histórias complementares.
A diferença
de uma conversa para outra e discrepante, a primeira profunda e intensa a
segunda rasa e vaga, sem contar nos gestos, gargalhadas, olho no olho, muito
mais presente na primeira do que na segunda. Meu pai sempre prefere o contato
visual, já o seu neto gasta quase todo seu tempo em conversas virtuais, sem a
necessidade de estar ao lado de quem se comunica.
O que mudou
é a forma de realizar a boa e velha conversa, as gerações mais novas cada dia
mais tem mostrado e provado que uma conversa virtual pode sim ser um novo
formato de comunicação. Talvez não tenha a intensidade da conversa das gerações
do meu pai, mas tem a velocidade e praticidade de um novo mundo que se impôs a
todos.
O processo
evolutivo da comunicação humana, que para uns é visto como algo ruim pela perda
desta identidade personalíssima, para outros simplifica, deixando-a mais rápida
capaz de fornecer uma gama maior de informações, contribuindo para uma verdade
mais absoluta. Para as gerações intermediarias que viveram um pouco da geração mais
conservadora e agora também convive com esse novo formato de mundo dos jovens,
fica a certeza que a essência do ser humano é a comunicação independente da
forma.
Do mesmo
jeito que um pássaro tem a necessidade de cantar, o cachorro latir entre outros
animais, o homem possui também sua necessidade de se comunicar. Conversar com
outro é uma forma de libertar sentimentos, apaziguar dores, diminuir estresse, declarar
o amor e encontrar o sentido da vida naquilo que se fala e se escuta.
Talvez o
segredo para realizar a melhor comunicação possível em sociedade é buscar o equilíbrio
entre a intensidade da boa velha conversa das gerações mais antigas associados
com os recursos atuais e a objetividade contemporânea, somando prazer e eficiência na mesma mensagem.
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