Postado em 10-10-2021 as 23:11 hs
Cresci ouvindo inúmeras vezes na escola e por palestrantes que devemos buscar fazer aquilo que gostamos para termos mais chances de sucesso profissionalmente e para podermos construir uma vida mais intensa na parte pessoal. E de fato é uma verdade, devemos na medida do possível direcionar nossos hábitos para aquilo que temos maior identificação e que nos proporcione maiores emoções. Entretanto a vida real ensina que agir de forma contrária a esta frase talvez traga muito mais benefícios do que vive-la na sua integra.
Isso porque a maioria das pessoas não conseguirão se realizarem fazendo aquilo que gostam, então é preciso compreender que o mundo ideal é fazer aquilo que precisa ser feito, independente de gostarmos ou não. Comer comidas gordurosas ou doces é muito saboroso, mas para ter uma boa saúde, melhor não exagerar, da mesma forma realizar exercícios físicos é algo difícil que incomoda, porém aconselha-se fazer regularmente. Leitura também é algo muito chato para maioria das pessoas, mas contribui e muito para uma vida mais lúcida. Neste mesmo sentido, assumir responsabilidades e se envolver-se diretamente com problemas no trabalho é muito desgastante, mas é assim que um profissional mais competente se forma.
Ir pra casa descansar após o trabalho também é bem melhor do que ir para uma faculdade a noite ou fazer um outro labor para agregar conhecimento ou dedicar-se na construção de um sonho pessoal. Acordar cedo, dormir somente o necessário, economizar dinheiro, visitar clientes e as vezes até parentes, se entregar completamente em uma atividade profissional, realizar mudanças, buscar a inovação, abdicar de velhos conceitos absolutos, abandonar o vício de ficar horas e horas vendo coisas inúteis na internet entre outros, acabam gerando um desconforto para nosso corpo e nossa mente e por isso tendem a serem rejeitados.
Por isso que fazer aquilo que se gosta nem sempre será a nossa melhor opção, o desafio está em lutarmos para literalmente fazer aquilo que não gostamos, porque o que não gostamos talvez seja o que estamos precisando para uma vida mais prudente. O corpo e a mente desejam repouso e prazer e ambos vão lutar a todo momento para permanecer nesta situação, mas é muito cômico que este desejo na verdade é também o estágio que mais malefícios proporciona a si mesmo.
Assim é muito importante realizar esta reflexão para que nossas atitudes sejam tomadas exclusivamente pela consciência, desapegada do desejo do corpo e da mente inconsciente. Prazer e ócio podem até parecerem bons, porém devem ser tratados como necessidades secundarias em nossas vidas, para que possamos construir um ser humano melhor em todas as áreas de atuação.
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