Postado em 19-04-2020 as 22:51 hs
O ser
humano historicamente sempre idolatrou ídolos, no passado estes eram reis, guerreiros,
santos ou entidades religiosas. No mundo moderno assumem os mais variados
seguimentos, esportes, política, empreendedorismo, filantropia, religião entre
tantos outros, chegando as vezes sair da personificação humana.
As pessoas precisam de ídolos porque
enxergam neles os seus próprios desejos, ideais de vida, como se eles fossem a personalização
do adorador, ao ponto de não saber quem é o ídolo ou fã. O ídolo concretiza
aquilo que o admirador quer para si, mas não consegue e vê no outro uma forma
de concretizar isso.
Muitos não tem coragem de falar
ou fazer aquilo que tem vontade e encontram no ídolo uma forma de alcançar a realização
daquilo que nunca fariam sozinhos. É uma forma de amenizar seus medos e eleger alguém
para ser exatamente como ele queria ser.
Em regra geral, a idolatria tende
a ser prejudicial porque limita a interpretação dos fatos, basta o ídolo se
posicionar que as emoções serão direcionadas para aquela linha de raciocínio dele,
mesmo que ela não seja a mais adequada. Entretanto se consideramos que um adorador
possui nível de sensatez baixa, um ídolo com elevada sabedoria poderia direcionar uma
pessoa limitada para algo maior.
Esta idolatria cria uma identificação
que vão aproximar as pessoas que pensam da mesma forma e afastar outras que são
contrárias. O grande mal da idolatria ocorre quando este ídolo não tem nada a
oferecer além da única característica particular que ele se destaca, e mesmo
assim passa a influenciar o encantado num Todo.
Parece estar na natureza humana a
necessidade de amar alguém e para ela entregar sentimentos exclusivos mesmo sem
reciprocidade. Isso gera uma sensação de bem estar pois o ídolo passa a ser uma
extensão da própria vida limitante que se tem.
É incompreensível dedicar-se
tanto e não receber nada em troca além de expectativas, ao ponto de renunciar a
amizades e relações, trabalho, estudos e recursos financeiros em pró de um suposto
herói. Tudo que excede derrama, é assim um copo de água quando cheio, no momento
que ultrapassar o limite do recipiente a água entorna, da mesma forma quando alguém
ultrapassar o limite do bom senso ele se perde.
É preciso traçar um
limite razoável entre ter Alguém Como Referência De Vida e ter um Ídolo, o
primeiro você pode ficar com as coisas boas dele e negar as coisas ruins, sem criar dependência. Já o
segundo por se tratar de paixão veem com a parte boa e má juntas, escondida atrás
da cortina de fumaça do sentimento da idolatria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário: