200 - Não somos os mesmos de ontem nem seremos os mesmos de amanhã.

Postado em 01-05-2018 as 22.23 hs

Como não lembrar ainda criança da nossa vontade de crescer e completar a maioridade para conseguir autonomia e independência. A rebeldia da adolescência e ansiedade da juventude em busca do novo e o desconhecido, com aquela impressão fantasiosa de poder e liberdade.

Quando jovem aceleramos muito, temos força e disposição para encarar qualquer tipo de problema, sempre preocupado com as conquistas, afinal são elas que dão sentido a esta fase da vida. O jovem é incansável, disposto a enfrentar qualquer conflito em proó dos seus objetivos pré-determinados.

Mas amadurecemos e de repente desaceleramos pouco a pouco, já não nos preocupamos em chegar primeiro, nesta fase passamos a valorizar a beleza da estrada antes ignorada. Deixamos de dar maior ênfase ao que passou para dar mais importância ao que ainda falta por viver, nossos aniversários é uma comemoração mais pela vida que ainda há de vir do que propriamente o anos que se passaram.

É no amadurecimento que aquele jovem falante se transforma em um bom ouvinte, a preocupação com o ter diminui e passamos valorizar um pouco mais o ser. Mudanças de 360 graus que encantavam na juventude passam a ser rejeitadas pois consomem muita energia, as vezes sem motivo algum, quanto menos mudança mais felicidade.

Porque o homem maduro aprende amar o que se tem, por isso a dificuldade para uma pessoa mais velha mudar de emprego, cidade, casamento, entre outras. Os dias se tornam mais lentos, porque aprendemos a olhar as coisas com mais paciência e o engraçado é que quanto mais vivemos, mais apaixonado pela vida ficamos, ciente que a cada dia estamos mais perto de um final desconhecido.

Tudo muda nesta fase, o que antes era uma prioridade incontestável, hoje talvez não passe de uma leve lembrança. Crenças e valores antes considerados relativos passaram a serem absolutos e aquele comportamento cheio de ansiedade dá lugar a um outro seguro e mais consciente.

Então chega um momento que paramos e olhamos para atrás e nos perguntamos se pudéssemos voltar no tempo, se faríamos tudo de novo exatamente como antes ou se mudaríamos alguma coisa? Esta resposta sempre vai ser diversa uma da outra, mas é uma forma de medir a intensidade da nossa história.

O que é incontestável é que vamos nos construindo dia a dia, formando uma personalidade com sentimentos moldados através das nossas experiências. E a única certeza é que não somos mais os mesmos de antes e amanhã não seremos os mesmos de hoje.

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