Como não lembrar ainda criança da nossa vontade de crescer e
completar a maioridade para conseguir autonomia e independência. A
rebeldia da adolescência e ansiedade da juventude em busca do novo e
o desconhecido, com aquela impressão fantasiosa de poder e
liberdade.
Quando jovem aceleramos muito, temos força e disposição para
encarar qualquer tipo de problema, sempre preocupado com as
conquistas, afinal são elas que dão sentido a esta fase da vida. O
jovem é incansável, disposto a enfrentar qualquer conflito em proó
dos seus objetivos pré-determinados.
Mas amadurecemos e de repente desaceleramos pouco a pouco, já não
nos preocupamos em chegar primeiro, nesta fase passamos a valorizar a
beleza da estrada antes ignorada. Deixamos de dar maior ênfase ao
que passou para dar mais importância ao que ainda falta por viver,
nossos aniversários é uma comemoração mais pela vida que ainda há
de vir do que propriamente o anos que se passaram.
É no amadurecimento que aquele jovem falante se transforma em um bom
ouvinte, a preocupação com o ter diminui e passamos valorizar um
pouco mais o ser. Mudanças de 360 graus que encantavam na juventude
passam a ser rejeitadas pois consomem muita energia, as vezes sem
motivo algum, quanto menos mudança mais felicidade.
Porque o homem maduro aprende amar o que se tem, por isso a
dificuldade para uma pessoa mais velha mudar de emprego, cidade,
casamento, entre outras. Os dias se tornam mais lentos, porque
aprendemos a olhar as coisas com mais paciência e o engraçado é
que quanto mais vivemos, mais apaixonado pela vida ficamos, ciente
que a cada dia estamos mais perto de um final desconhecido.
Tudo muda nesta fase, o que antes era uma prioridade incontestável,
hoje talvez não passe de uma leve lembrança. Crenças e valores
antes considerados relativos passaram a serem absolutos e aquele
comportamento cheio de ansiedade dá lugar a um outro seguro e mais
consciente.
Então chega um momento que paramos e olhamos para atrás e nos
perguntamos se pudéssemos voltar no tempo, se faríamos tudo de novo
exatamente como antes ou se mudaríamos alguma coisa? Esta resposta
sempre vai ser diversa uma da outra, mas é uma forma de medir a
intensidade da nossa história.
O que é incontestável é que vamos nos construindo dia a dia,
formando uma personalidade com sentimentos moldados através das
nossas experiências. E a única certeza é que não somos mais os
mesmos de antes e amanhã não seremos os mesmos de hoje.
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